Eles estão entre nós
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OS REPRESENTANTES MAIS VELHOS DA GERAÇÃO Z COMEÇAM A CHEGAR AO MERCADO DE TRABALHO, EXIGINDO UMA REVISÃO NAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Enquanto muitos executivos de recursos humanos ainda discutem formas de atrair e manter os jovens da chamada geração Y, os representantes mais velhos da geração seguinte, a Z, começam a ocupar as primeiras cadeiras no universo corporativo.
Dos 375 666 funcionários empregados nas 45 Melhores Empresas para Começar a Carreira, urna pesquisa realizada desde 2010 por VOCÊ S/A em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), 14% têm até 24 anos de idade. Considerando um estudo mais amplo e antigo - o das 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar (outro projeto de VOCÊ S/A com a FIA, que acontece há mais de duas décadas) -, 15% dos profissionais que atuam nessas companhias têm menos de um quarto de vida.
"Em 2020, a geração Z representará mais de 20% do mercado de trabalho e há executivos que ainda não pensaram nisso”, diz Bruce Tulgan, consultor de liderança e autor do livro O Que Todo Jovem Talento Precisa Aprender (Editora Sextante).
Ele cita algumas características da criação desses jovens que refletem em seu comportamento no serviço. Por exemplo, seus pais são conhecidos como "helicópteros", aqueles que estão sempre de olho no filho e correm a seu resgate no primeiro sinal de problema.
"É por isso que os Zs têm dificuldade no mundo corporativo. Eles foram acostumados a ser tratados como clientes, usuários de serviços e produtos entregues pelas autoridades e instituições - inclusive a escola. Eles não respeitam a figura autoritária, a não ser que sejam conquistados por ela", afirma. Com a popularização da internet e dos smartphones, os mais novos cresceram conectados, com acesso a tudo. A hierarquia - conceito baseado na antiga ideia de que quem tinha conhecimento tinha poder - deixou de fazer sentido para eles. São o que Ademar Bueno, professor de economia sustentável do IMF na Escola de Economia de São Paulo e coordenador do Laboratório de Inovação Social da Fundação Getulio Vargas, chama de "tem-tem". Estou falando de jovens das classes A e B, sem limite de conexão, que foram premiados por tudo, têm todos os bens materiais, não sabem lidar com a perda em muitos casos, nem com a morte, já que seus avós e até bisavós ainda estão vivos e não aprenderam a ouvir não.
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Veículo: Revista Você RH
Data: 01/10/2017
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