Outras notícias

Indústria indica mais um trimestre ruim

3 min de leitura
04/12/2015

Produção cai em outubro mais que o esperado e pela 53 vez consecutiva, em todas as categorias, aponta IBGE Estoques elevados e baixa confiança de empresariado pesam e não estimulam novos investimentos no setor ANDRÉ CABETTE FÁBIO DE SÃO PAULO Os dados sobre a performance da indústria em outubro, divulgados nesta quinta-feira (3) pelo IBGE, mostram que a tendência de aprofundamento da recessão continua neste trimestre, depois do recuo de 1,7% do PIB entre julho e setembro.

A produção industrial teve queda maior que o esperado em outubro, de 0,7% na comparação com o mês anterior. E a quinta baixa consecutiva. Com estoques elevados e baixa confiança dos empresários, a indústria tem cortado produção e empregados desde o ano passado. No terceiro trimestre, o PIB da indústria recuou 1,3% ante os três meses imediatamente anteriores, divulgou o IBGE na terça (1 ). Já na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 6,7%. A retração em outubro superou a expectativa de economistas consultados pela agência Bloomberg, de queda de 0,1% em outubro ante o mês anterior e de 10,4% sobre o mesmo mês de 2014. Quando comparada com o mesmo mês de 2014, a produ66 A tendência que o pessimismo aumente, com o cenário político instável e noticias do Banco Central de que o centro da meta de inflação só será atingido em 2017 RICARDO MACEDO coordenador adjunto do curso de economia do Miner-RI ção industrial caiu 11,2%, a vigésima taxa negativa seguida e a maior desde abril de 2009 (-14,1%).

No acumulado do ano, a perda é de 7,8%. "A tendência é que o pessimismo aumente, com o cenário político instável e notícias do Banco Central de que o centro da meta de inflação só será atingido em 2017", diz Ricardo Macedo, coordenador-adjunto do curso de Economia do Ibmec-RJ.

Para ele, a ausência de sinais positivos corrói a confiança para novos investimentos, o que deve atrasar a retomada da indústria e pode piorar as projeções para o PIB deste ano. Economistas consultados pelo Banco Central estimam em 7,50% a queda da produção em 2015 e em 2,30% em 2016. Há quatro semanas, esperava-se retração de 7%. André Macedo, que coordena a pesquisa do IBGE, aponta os altos estoques, a concorrência de mercadorias estrangeiras e o baixo consumo das famílias como fatores para o mau desempenho. "A confiança doméstica retrai com o mercado de trabalho." A queda da produção entre setembro e outubro atingiu todas as categorias pesquisadas. Osetor de bens de capital, aquele que fornece as máquinas a outras indústrias, recuou 1,9% -a variação anula a alta de 1,3% em setembro. Para Nelson Marconi, professor de economia da Fundação Getulio Vargas, a retração é um indício de que o real desvalorizado não basta para promover investimentos, apesar de elevar a competitividade do produto brasileiro.

A alta capacidade ociosa também debilita as intenções. Entre os bens de consumo, a queda mais acentuada foi dos duráveis, o que inclui, por exemplo, carros e geladeiras. Orecuo foi de 5,6%, enquanto a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, categoria que inclui aqueles comprados cotidianamente no supermercado, caiu 0,6%. 

Veículo: Folha de S. Paulo

Compartilhe nas redes sociais

Outras notícias

 
Outras notícias
1 min de leitura
28/10/2025
 
 
Outras notícias
1 min de leitura
01/09/2025
 
Outras notícias
1 min de leitura
24/07/2025
 
Outras notícias
5 min de leitura
23/06/2025