Taxa básica de juros deve permanecer em 14,25%
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Começou ontem à tarde a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que definirá a taxa básica de juros da economia (Selic) até 27 de abril. O resultado será divulgado hoje após a segunda parte das discussões do colegiado, composto por membros da diretoria do Banco Central. O mercado espera a manutenção da taxa em 14,25% ao ano em 2016, que está nesse patamar desde julho de 2015.A redução da Selic, na avaliação dos analistas do mercado ouvidos pelo Banco Central, só ocorreria em 2017, quando a taxa passaria para 12,50% ao ano. No entanto, o último Boletim Focus indicou que, após oito semanas de projeções em alta, as instituições financeiras estimam inflação em queda em 2016, com a expectativa pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuando de 7,62% para 7,57%.
A Selic é importante porque a taxa é o instrumento primário da autoridade monetária para tentar manter a inflação na meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Atualmente, o centro da meta é 4,5%, com uma tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. A taxa básica, usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), serve também como referência para as demais taxas de juros da economia. Quando sobe, contém o excesso de demanda que pressiona os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando é reduzida, barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Avaliação
O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), Nelson Marconi, também acredita que a Selic não será alterada. "A Selic deve permanecer no atual patamar, pois elevá-la pode jogar a economia ainda mais fundo no poço. Ainda mais que a economia brasileira sofrerá um baque esta semana com a queda do PIB de 2015 em torno de 4%. Logo, aumentar a taxa de juros também eleva a despesa com juros e a dívida pública, aumentando a insegurança de investidores e contribuindo para elevar ainda mais a taxa de câmbio, o que pode pressionar a inflação.
Diminuir a Selic no atual cenário de inflação elevada também não é possível, pois passaria a impressão de que o BC diminuiu a preocupação com o avanço da inflação. Portanto, a estabilidade é a solução mais provável", explica.
Veículo: Diário do Nordeste
Data: 02/03/2016