Conclusão do acordo Mercosul-UE depende de mudanças na política ambiental do Brasil
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Os esforços do governo brasileiro para conseguir apoio à conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, incluindo a aproximação com Portugal, neste mês, possuem poucas chances de reduzir as pressões contrárias ao tratado, cuja ratificação depende da aprovação de todos os países-membros. Com o aumento do desmatamento no centro das críticas ao Brasil, diplomatas e ex-ministros avaliam que só avanços efetivos no combate a crimes ambientais seriam capazes de destravar as negociações.
“O Brasil e os outros países do Mercosul vão ter que optar: ou realizam ajustes na política ambiental ou vai ser muito difícil aprovar politicamente esse acordo se os índices de desmatamento, as queimadas e a questão indígena não forem tratados de maneira diferente”, aponta o embaixador Rubens Barbosa, atual presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) e do Instituto de Relações Internacionai se Comércio Exterior (IRICE).
Tendo atuado em Londres de 1994 a 1999 e em Washington de 1999 a 2004, o diplomata ressalta que a mera apresentação dos aspectos positivos do agronegócio brasileiro, como o Código Florestal e o percentual de florestas nativas do país, não é suficiente para convencer os europeus. “Tudo que fazemos aqui tem que ser percebido como indo na direção correta e tem que dar resultado, sem isso vai ser uma questão de narrativas e propaganda sem efeitos concretos”, aponta Barbosa.
Ministro da Agricultura de 2003 a 2006, o coordenador do Centro de Agronegócio na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), Roberto Rodrigues, tem pensamento semelhante. “Desmatamento ilegal, invasão de terras públicas, grilagem de terras, descumprimento de contratos, incêndios criminosos, tudo que for ilegal nós temos que reconhecer que existe e combater vigorosamente”, avalia Rodrigues, ao destacar, além do esforço diplomático, a necessidade de um esforço político interno.
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