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Economia complexa

2 min de leitura
29/05/2017

Lançado recentemente pela editora Contraponto e pelo Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, o livro "Complexidade econômica", de Paulo Gala (FGV EESP), descreve, a partir de relevantes referências bibliográficas e inovação metodológica, o processo de desenvolvimento.

Destaca-se o "Atlas da complexidade econômica" como valiosa ferramenta para o entendimento da riqueza das nações. Disponível on-line para consultas, o "Atlas da complexidade econômica", de César Hidalgo (MIT) e Ricardo Hausmann (Harvard), usa o big data e a ciência das redes para mostrar como aquilo que um país efetivamente exporta é relevante na determinação da renda média e do nível de desigualdade doméstica.

Em síntese, o avanço da complexidade econômica, compreendida como a diversidade exportadora ponderada pela não ubiquidade, gera desenvolvimento, alta produtividade e ainda está fortemente correlacionado com menores desigualdades sociais.

A estrutura produtiva determina as possibilidades de produtividade e desenvolvimento em um país. Segundo afirma Gala, "não há caminho possível para o desenvolvimento econômico sem que se busque sofisticar o tecido produtivo. Todos os países ricos são complexos e sofisticados e todos os países pobres são não complexos e não sofisticados". Entre os fatores que ajudam a construir complexidade, destaca-se o nível do câmbio real. De acordo com Gala, "o nível de câmbio real tem papel fundamental na dinâmica macroeconômica de longo prazo, pois influi na determinação da especialização setorial da economia, notadamente no que diz respeito à indústria e à produção de bens complexos".

O câmbio tem efeito na dinâmica da produtividade e na viabilização do avanço da complexidade econômica. no que diz respeito à estagnação da produtividade no Brasil, o livro aborda o nosso processo de desindustrialização precoce a partir de meados da década de 1980 e como a nossa complexidade econômica regrediu desde 1994.

O fim do ciclo expansionista baseado em commodities, crédito e consumo demanda respostas consistentes com o país melhor que um dia desejamos ser. Paulo Gala fornece diagnóstico qualificado e propostas equilibradas para um novo ciclo de desenvolvimento. Sua perspectiva macroeconômica está inserida no novo desenvolvimentismo, que vem sendo debatido nos últimos anos. Para interessados em desenvolvimento e política industrial, o livro é leitura necessária.

Veículo: A Gazeta 
Data: 27/05/2017

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